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Ambiguidade

Aula 3
 
 

 

Aula 2
 

 

Aula 1

 

   Dentro da tradição dos estudos de retórica, a ambiguidade é conhecida como anfibologia. No geral a ambiguidade é estudada a partir de frases soltas, quando se localiza o fator gerador e se procura formas de desambiguizá-la.

A ambiguidade é definida como a propriedade dos enunciados de presentarem várias possibilidades de interpretação, simultaneamente.

Exemplos:

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Você pode falar bem do Brasil, você tem a Telesp.

(Telesp – companhia telefônica do Estado de São Paulo)

 

Nokia 6120. O mundo todo só fala nele.

(Campanha publicitária em revista impressa)

 

Elas estão por um fio.

(Campanha publicitária do Governo Federal para o cuidado com o coração)

 

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  Nos casos acima a ambiguidade é proposital, ela chama a atenção do leitor, provocando bifurcações de leituras que fazem os textos publicitários ganharem relevância.

Quando a possibilidade de dupla interpretação ocorre em conversas cotidianas, geralmente ela é desfeita pelo contexto de comunicação, então não se tem mais ambiguidade. O pronome seu / sua é muito marcado pela ambiguidade. Por exemplo: “Pedro visitou seu amigo e depois saiu com sua noiva.” Nesse caso fica a dúvida se a noiva era de Pedro ou do amigo, contudo, essa ambiguidade é desfeita se o assunto em pauta é Pedro e o ouvinte sabe que ele possui uma noiva. Além disso, a continuidade do discurso garante que a ambiguidade seja desfeita.

 

  É muito importante treinar os alunos na observação das ambiguidades. Muitos não percebem a ambiguidade da frase: “Carlos viu a queda da ponte”. Fator gerador: ‘ver ... da’ (viu da ponte, a queda ou testemunhou a queda de uma ponte específica).

Por isso, após observar várias ocorrências ambíguas em jornais, revistas, piadas, charges, sugerimos que o professor solicite ao aluno que busque colocações ambíguas, nos lugares que frequenta. Nas igrejas, por exemplo, em seus quadros de avisos, nos locais de trabalho, em conversas cotidianas. Mas sempre dentro de contextos específicos, pois, por vezes, a ambiguidade não resiste a um esforço de interpretação.

 

  Mais importante que olhar a ambiguidade como erro é analisá-la como estratégia discursiva. Ler as ambiguidades significa ampliar as condições de leitura para textos diversos e buscar neles os efeitos de sentido possíveis.

 

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