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Metonímia

  A metáfora é definida como comparação. No entanto essa perspectiva nos parece equivocada, porque uma relação associativa nem sempre é uma relação comparativa. Quando se diz ‘tempo é dinheiro’, por exemplo, não se quer dizer que ‘tempo é como / semelhante a dinheiro’ e sim que o tempo é valioso como o dinheiro. Ou quando se diz que ‘Maria é uma rosa’ não se quer dizer que ‘Maria é como uma rosa’ e sim que ela lembra a beleza de uma rosa.

 

  Pelas metáforas estabelecemos relações inusitadas com a realidade. Um olhar metafórico sobre a realidade é um olhar que transcende a realidade imediata invadindo mesmo outras realidades experimentadas pelos sentidos. As metáforas participam das descrições das nossas experiências sensoriais. Dificilmente não usamos metáforas quando as realidades são experimentadas pelos cinco sentidos, como quando tapamos os olhos e tocamos coisas.

 

  Como não sabemos o que estamos tocando, de olhos vendados, então descrevemos metaforicamente o que percebemos. (o que pode ser uma boa técnica para levar os alunos a produzirem metáforas)

 

  A metáfora estabelece assim uma relação associativa. Desse modo, quando utilizamos esses recursos não o fazemos para sermos mais expressivos e sim porque estamos observando as relações dessa forma.

 

  Para Lakoff e Johnson (2004, pág. 94), tanto as metonímias como as metáforas “não são ocorrências casuais ou aleatórias para serem tratadas como exemplos isolados.” Trata-se de processos sistemáticos que organizam nossos pensamentos e ações e que se baseiam nas nossas experiências. Assim, quando alguém diz que ‘dia de luta’, para expressar dia de trabalho, realiza uma metáfora baseada em experiências de realidade.

 

Aula 2
 

 

Aula 1

 

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