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Depoimentos

  Os subentendidos são informações pouco explicitadas, mas que podem ser inferidas. Porém, se o falante quiser se esconder, pode negar que disse aquilo.

 

Exemplos:

Ex.: A Helena parou de fumar cigarro.

Subentendido: Helena continua fumando outras coisas que não cigarros.

Mas Helena pode questionar, dizendo que ela não fuma outras coisas. O falante pode dizer que não disse que ela fume nada além de cigarro.

 

  DUCROT (1987, pág.19) salienta, a respeito dos subentendidos, que estes servem como um aparato ao enunciador, pois “permitem acrescentar alguma coisa ‘sem dizê-la’, ao mesmo tempo em que ela é dita”.

 

  Uma pessoa, que, por exemplo, sempre diz: “Quando vou a Paris fico em um Hotel próximo ao Louvre”, está deixando subentendido que sempre vai a Paris, que tem costume com essa cidade. Contudo, se perguntada ela pode dizer que foi uma só vez, mas que pretende ficar nesse hotel sempre que for a Paris, que fez amizades com os proprietários, o que não nega, necessariamente, o que ela disse, mas o subentendido permanece, porque a expressão temporal ‘Quando’, traz um efeito de sentido de repetição: ‘Quando durmo...’; ‘Quando vou à praia...’.

 

  Considerando as salas de aula de Língua Portuguesa, parece interessante pensar em todas as formas de subentendidos, sejam eles visuais ou linguísticos. Os alunos se divertem muito quando esse tema é trazido para ser trabalhado coletivamente. Criam situações as mais inusitadas. Importante, porém, é atentá-los para o trabalho que essas estratégias argumentativas realizam nos discursos.

 

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